📢 A pandemia de covid-19 acentuou a queda de matrículas na educação básica em Sergipe. A educação básica abarca educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação profissional e educação de jovens e adultos (EJA). Na comparação do número de matrículas da educação básica entre 2021 e 2019 (ano pré-pandemia), a queda foi de 2,5%, quase 14 mil pessoas. O declínio foi proveniente, sobretudo, da rede privada, cujo número de matrículas caiu 14,4%, quase 17 mil pessoas, dos quais uma parcela foi absorvida pela rede pública. No mesmo período, na rede pública, após oscilação negativa em 2020, as matrículas cresceram 0,8%.

Os dados são da Nota Técnica “SERGIPE – CENSO ESCOLAR 2021”, elaborada pelo Observatório de Sergipe, com base no Censo Escolar 2021, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e que visa atualizar os dados mais importantes sobre matrículas escolares em Sergipe, possibilitando, assim, uma melhor compreensão dos impactos dos dois primeiros anos da pandemia da covid-19 no sistema educacional sergipano.

Outros destaques da Nota Técnica são:

👶🏽 📉 Educação Infantil foi proporcionalmente o segmento mais atingido na pandemia

Entre 2021 e 2019, houve recuo na educação infantil (-12,9%), EJA (-4,6%) e ensino fundamental (-2,5%). Em contrapartida, as matrículas do ensino médio (7,3%) e da educação profissional (0,2%) avançaram. Em todas essas fases a pandemia interagiu com tendências de crescimento ou recuo de matrículas que já se davam por razões demográficas e socioeconômicas.

O ensino infantil foi o segmento educacional mais atingido pela pandemia, notadamente na rede privada de ensino, que teve redução de quase 60% (9.393 vagas) no período. Na rede pública o decréscimo foi de 0,7%.

👦🏾📉 Anos iniciais do ensino fundamental também têm grande queda nas matrículas

Desde antes de 2017, início da série histórica da Nota Técnica, as matrículas no ensino fundamental vêm declinando paulatinamente nos anos iniciais e aumentado nos anos finais por causa do processo de envelhecimento da população. Essas tendências foram mais intensas na pandemia, sendo a queda nos anos iniciais da rede privada a variação mais expressiva, chegando a 10% entre os anos de 2019 e 2021.

🧐🔍 Egressos da rede pública podem estar invisíveis

Na rede pública anos iniciais também houve queda nesse período, 6%, índice que possivelmente não foi maior porque ela absorveu egressos oriundos da rede privada. Esse dado pode “mascarar” o real número de egressos de alunos da rede pública e precisa ser melhor investigado junto as redes públicas de ensino, para garantir que jovens pobres e vulneráveis não se afastem do sistema educacional.

👩🏻📈 Crescimento de matrículas nos anos finais do fundamental e no ensino médio

Já nos anos finais do fundamental houve crescimento (3,4%) no período de 2017 a 2021. Entretanto, o crescimento das matrículas nos anos finais foi acompanhado apenas pela rede pública, que subiu 4,3%, contrastando com a rede privada que caiu 0,3%.

O ensino médio foi outro segmento que apesar da pandemia teve crescimento de 5% no número de matrículas entre 2017 e 2021, concentrando principalmente na rede pública.

⬆️🏤 Sergipe é o 4º estado do país com maior proporção de matriculados no período integral;

Em Sergipe, a proporção de alunos matriculados em tempo integral na rede pública do ensino médio passou de 6,6% para 26,6% entre 2017 e 2021, ficando acima da registrada pelo Nordeste (24,7%) e Brasil (16,4%). É a quarta maior proporção do país e o segundo estado que mais avançou no período, antecipando assim o cumprimento da meta estipulada para 2024 no Plano Nacional de Educação – PNE.

👩🏻‍🏫 Distorção idade-série cai nos ensinos fundamental e médio, mas ainda é expressiva.
A distorção idade-série vem caindo gradativamente entre 2017 e 2021. No ensino fundamental, passou de 30,6% para 22,7%, indicador acima do registrado pelo Nordeste (18,3%) e Brasil (13,7%). No período, Sergipe saiu do 1º para o 4º maior índice do país.

No ensino médio, a queda foi de 4,8 p.p entre 2017 e 2021, ficando acima da taxa registrada pelo Nordeste (32,8%) e Brasil (25,3%). Entre os estados, Sergipe manteve a 4ª maior taxa do país.

Publicação completa: Censo Escolar 2021