7 de maio de 2020
PNAD Contínua: Pretos têm rendimento 55% menor que os brancos em Sergipe
O sergipano branco recebeu, em média, R$ 2.613 em 2019. Isso é cerca de 1.450 reais a mais que a média entre os pretos (R$ 1.163). Os pardos tiveram rendimento médio de R$ 1.400. A diferença remuneratória entre brancos e pretos é de 55,5% em Sergipe em 2019. Em comparação ao ano anterior, a discrepância aumentou 40 pontos percentuais. É o que mostra um estudo divulgado pelo Observatório de Sergipe, órgão vinculado à Secretaria de Estado Geral do Governo (SEGG), com base nos dados sobre o rendimento da população brasileira em 2019, apurados por meio da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
A pesquisa mostra que, em uma população de quase 2,3 milhões, 1,4 milhão de sergipanos possuem algum tipo de renda. A maior parte, 907 mil recebem dinheiro pelo seu trabalho, mas há também 648 mil que têm outras fontes de renda, oriundas principalmente de aposentadorias, pensões.
Rendimento médio mensal do sergipano aumentou R$ 35 entre 2018 e 2019
O estado de Sergipe teve, em 2019, rendimento médio mensal real (todas as fontes) de R$ 1.605, pouco mais que os R$ 1.570 do ano anterior. A média sergipana é menor que a brasileira (R$ 2.244) e ligeiramente superior à apurada para a Região Nordeste (R$ 1.510).
Mulheres possuem renda menor que os homens em Sergipe
Os homens sergipanos recebem, em média, 12,5% a mais que as mulheres, diferença menor do que a verificada para o Brasil (22,3%) e para a Região Nordeste (13,5%). Elas tiveram rendimento médio de R$ 1.506 em 2019, enquanto eles, R$ 1.721. Em Sergipe, no ano de 2018, a diferença remuneratória entre os sexos era 19,7% a favor dos homens, mais de sete pontos percentuais a mais do que o verificado em 2019, o que evidencia uma redução da desigualdade salarial de gênero no estado.
Queda da renda é maior entre os sergipanos com ensino médio completo
Em Sergipe, quem não foi para a escola recebe em média menos de um salário mínimo ao mês, cerca de R$ 637 em 2019 (a média do brasileiro foi de R$ 918). Os sergipanos que concluíram o ensino fundamental receberam em média R$ 969, enquanto os que possuem ensino médio completo auferiram R$ 1.459 ao mês. O grande salto no rendimento está entre os que concluíram o curso universitário, eles ganhavam, na média, R$ 4.454 ao mês em 2019.
Quando comparado em relação a 2018, percebe-se que houve uma melhoria salarial em quatro das sete faixas de escolaridade analisadas. Os sem instrução obtiveram o maior aumento, com 16,2% a mais. Os com ensino superior incompleto tiveram aumento de 7,51%, ao passo que os mais escolarizados, com ensino superior completo, sofreram aumento de 5,8% na média de suas rendas. Pessoas com ensino fundamental completo tiveram aumento de 2,1%. Os demais grupos tiveram redução, com destaque para pessoas com ensino médio completo, com média de renda 7,3% a menos em 2019 comparada a 2018.
Aumenta a desigualdade medida pelo índice de Gini em Sergipe
Uma maneira de se medir a desigualdade é por meio do índice de Gini. Esse indicador compreende um número entre 0 e 1, em que 0 (zero) corresponde à completa igualdade de renda (todos têm a mesma renda) e 1 (um) corresponde a total desigualdade (em que apenas uma pessoa possui toda a renda da sociedade, enquanto os demais não têm nada).
Em 2019, o índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita em Sergipe foi 0,552. Em comparação ao ano anterior, quando esse indicador era 0,548, houve aumento da desigualdade.